15 de mai. de 2008

Entre a hemorróida e a Morfina

O céu azul-violeta, está quebrando, está rachando, está caindo sobre nós.
O som de seu impacto, a se sobrepor á minha voz.
O sol de lá de cima só está a sorrir.
"Esse bando de bobo, não vai ter pra onde ir"

Entre o câncer e a arte se esconde a genialidade humana
Entre uma obra torta e uma plantação de cana
Entre o Corinthians e o Flamengo e o Grêmio de Barueri
A genialidade humana é bisonha, inexata e bisonha, e inexata, e bisonha... ( segue numa sequencia infernal de comprovações cientificas)

O Cristo redentor já não está mais entre nós,
Já foi comercializado com um jovem bem feroz
Um grego, alemão com sangue do nordeste
crucificou o Cristo, e chamou de cabra da peste

Lavou depois a mão num balde no seu quintal
Perguntou pra um jegue o que era melhor?
A seleção de 70 ou um disco voador
e o jegue respondeu: "O carnaval na Bahia."

A ideologia, hoje você compra na vitrine.
Você escolhe a cor, o simbolo e até o regime.
E antes de levar nem testa na cabine.
Por que aqui você trocar que não é crime.

Entre a morfina e a hemorróida,
Os poucos momentos de sanidade,
Os poucos segundos de sobriedade,
Metade da metade, da vida pela metade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse sim, tem lirismo. Gostei do jogo de imagens. Das metáforas. Há sonoridade.
Tenho que chamar a atenção para uma coisa interessante. Você apresenta um mundo insólito. Aquelas coisas que servem para muitos de inspiração, você as desmonta. E isso mostra um lado seu iconoclasta. Ou são as pessoas e coisas do texto que fazem isso, o que não é claro.
'Hemorróida' é um termo pesado que você não titubeou em colocá-la como título. Choca, e está em harmonia com todo o resto.
Insisto ainda na idéia que você é mais cronista do que poeta. Refletindo temas e fatos do nosso tempo. Um poema sem 'eu-no-mundo'. Um 'nós-no-mundo', se é que voc~e me entende.
Como convite à reflexão é um texto galante. E, para finalizar, sou obrigado a dizer que Barueri não leva acento, Bahia é com maiúsculo, bem como Cristo, e os pontos-finais nos versos da última estrofe amputam a coesão do sentido.

Bok disse...

Corrigido Sr. Figura.