5 de set. de 2008

Comemorar com estilo

Por quanto tempo o tempo insistiu em parecer maior que nós?
Por quantas palavras pobres e sem graça, procurei a sua voz?

Por que o sol tá tão forte, e tudo tão bem?
Por que eu to tão feliz?
Me sinto culpado, por não estar triste.


E que me desculpem os esfomeados e as vítimas de injustiças pelo mundo.
Mas eu estou bem.
E vou comemorar com estilo.

15 de ago. de 2008

Meu presente mais-que-perfeito

Somos muito mais que um tempo verbal.
Uma definição estranha do que é o certo e o errado
ou o bem e o mal...

Somos dois, que se completam, ou não, ou que se agrupam...
Somos lembranças e mágoas, e lágrimas e risos...
Somos dias lindos no parque, e chuvosos no trânsito...

Somos vida... estamos vivos...
Somos sorte e azar.
Somos o riso e o pesar.

Somos o telefonema de amor, e o de ódio.
O frio e o quente, a sombra e o sol...
Somos fortes e fracos,

E somos nós. O melhor que podemos ser. O nosso presente mais-que-perfeito.

Felicidade? É acreditar que ainda pode-se fazer muito, e ter esperança em tudo isso.

E é ótimo poder sonhar com você, logo depois de ouvir você me chamar de amor.

As pessoas que passam não entendem...
Não sabem o que estão presenciando quando nos vêem.

Não sabem que há um vulcão adormecido, sob a montanha de neve.
E que as coisas nunca foram como pareciam ser.

2 semanas, 2 anos... 2 vidas...

O tempo passou diferente pra nós.
Em nossos mundos particulares.
Em nossas vidas particulares.
Lá, onde nós criamos as regras, estamos juntos desde sempre.
Como se nunca tivéssemos/fôssemos nos separar.

4 de jun. de 2008

Nostalgia Platônica

-Vovó, quando a senhora era menina, a senhora brincava de boneca?
-Sim netinha, a vovó fazia as próprias bonecas com pano.
- Uau! Você faz uma boneca para mim vovó?
- Sim. Um dia a farei.

E assim se foi, assim se fez. Semanas após o diálogo a vovó reaparece na casa da garota com um pacote. E diz:

- Olha o que eu trouxe para a minha netinha.
- Ebaaaaa! A vovó me trouxe uma boneca que ela que fez.- disse saltitante- Deixa eu ver vovó?
- Ta aqui-
E a avó mostrou uma boneca de costura mal-feita. Onde os olhinhos eram feitos de botão e o tecido era flanela. O forro era claramente algodão e a boneca era toda monocromática em um tom de rosa claro.
- Vovó, para de brincar. Eu quero a boneca que você me fez.
- É essa.
- Credo vó.
- Desculpe minha netinha.

Após se desculpar. A senhora atravessou a rua chorando e sem bem olhar os carros que se cruzavam em alta velocidade.
O inesquecível fato aconteceu. E a senhora foi atropelada por um caminhão e destroçada. A boneca agora estava cheia de sangue da senhora que estava estendida esperando apenas o auxílio médico. A garota da janela viu a sangrenta cena e até os 30 anos verá e reverá em sua mente aqueles últimos segundos e suspiros da avó.


#####24 anos depois######


- Senhora, você poderia me fazer uma boneca dessa?
- Essa tá fora de linha.
- Senhora, te dou cinco vezes o dobro da boneca mais cara da loja.
- Ok. Como quer?
- Monocromática em rosa. Com botões nos olhinhos. Bem simples e mal costurada e com o forro de algodão e o tecido de flanela.


27 de mai. de 2008

Todo e tudo

Toda forma de escrever é uma forma de escrever errado

Todo povo faz o rei, e se o rei faz outro rei se torna povo
Todo morto de fome é 10% de 50% de 220% de estatísticas inúteis que nunca caberão em um prato vazio.
Todo o conhecimento humano ( Vácuo) cabe num (Apenas em um) vaso ( Evite urinar nas bordas). E após seu uso Dê descarga. Lembre-se que outros utilizarão deste após você. ( Jogue o lixo no lixo)
Todo e tudo e todos e tudo mesmo e tudo mesmo em todos e todo mundo em todo mundo.
O poder é uma orgia de sucção.
Mas sim. Ainda tenho bom faro para sua podridão.

Mas ainda assim. Deixo a mensagem: " Não pise na grama"( de Leonardo Da Vinci) e não se esqueça " Antes de entrar verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar"( de Albert Eistein )

15 de mai. de 2008

Entre a hemorróida e a Morfina

O céu azul-violeta, está quebrando, está rachando, está caindo sobre nós.
O som de seu impacto, a se sobrepor á minha voz.
O sol de lá de cima só está a sorrir.
"Esse bando de bobo, não vai ter pra onde ir"

Entre o câncer e a arte se esconde a genialidade humana
Entre uma obra torta e uma plantação de cana
Entre o Corinthians e o Flamengo e o Grêmio de Barueri
A genialidade humana é bisonha, inexata e bisonha, e inexata, e bisonha... ( segue numa sequencia infernal de comprovações cientificas)

O Cristo redentor já não está mais entre nós,
Já foi comercializado com um jovem bem feroz
Um grego, alemão com sangue do nordeste
crucificou o Cristo, e chamou de cabra da peste

Lavou depois a mão num balde no seu quintal
Perguntou pra um jegue o que era melhor?
A seleção de 70 ou um disco voador
e o jegue respondeu: "O carnaval na Bahia."

A ideologia, hoje você compra na vitrine.
Você escolhe a cor, o simbolo e até o regime.
E antes de levar nem testa na cabine.
Por que aqui você trocar que não é crime.

Entre a morfina e a hemorróida,
Os poucos momentos de sanidade,
Os poucos segundos de sobriedade,
Metade da metade, da vida pela metade.

13 de mai. de 2008

Tâmaras

2068, Felipe aos 79 anos

Aposentado, enrugado.
Caminho e amasso folhas secas como quem mal anda. Uma vez por semana saio para dar uma volta.
Algumas crianças sempre brincam naquela praça. Naquele banco. Naquelas flores...
Ó, nostalgia. Que tens me acompanhado por tantos anos.

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Meu mp3 player ligado ( como sempre, sou um idoso saudosista), ouvindo uma velha cantora do meu tempo: Maria Rita, é seu nome.
E como ela me lembra aquela jovem, a... a...
Sim, o Alzheimer me roubou muitas lembranças, inclusive seu nome. Mas nunca me esquecerei do seu cheiro. Do seu rosto, do seu sorriso. Mesmo que senil, até morrer, carregar-te-ei comigo.

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Quando entro na quitanda, escolho sempre as mesmas coisas. E são sempre as mesmas tâmaras.


PS:Mp3? Eu errei... em 2068 eu ouvirei meu MP 300... q terá a função de descarga na privada via bluetooth.

8 de mai. de 2008

Sobre textos novos...

Eu queria fazer um texto novo...
Mas não sabia de quê...
Não quero fazer um texto de amor...
nem um sobre nascer e morrer...
não quero fazer texto algum...
ou nenhum...
Eu quero um texto sem reticencias...
com a certeza que eu não tenho agora...
hei de buscar inspiração em qualquer coisa...
mas no que?...
não sei...
nem imagino sobre o que escrever
e talvez nem escreva nada...
...

Vou continuar escrevendo no meu livro, e só escreverei no blogue quando a inspiração chegar.

17 de abr. de 2008

Um dia numa Igreja

Um dia numa igreja.
Uma atriz pornô está sendo entrevistada diante dos fiéis:


- Como a senhora se sente, aos 40 anos, após ser reconhecida no Brasil todo pela sua bunda, e agora por seus filmes pornográficos, ao se tornar uma seguidora do Senhor?
- Eu me sinto limpa, antes eu mal conseguia dormir, Jesus entrou na minha vida, e é para valer.
- Você sempre ganhou dinheiro de formas "pecaminosas" e "subversivas". Como pretende pôr a comida à mesa agora?
- Eu já tenho uns projetos, umas idéias, mas agora que Jesus está do meu lado, mesmo que eu perca tudo eu ainda estarei realizada.
- E você pode nos contar um desses projetos?
- É um filme, com o Matheus Comiélli, o Alexandre Broxa e a Rita Brasília.
- E seria o que?
- Um filme de teor erótico, com closes nas partes íntimas em ação e sexo casual.
- E qual seria a diferença de um filme erótico desses e um filme pornográfico?
- O nome.


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E após saudosas seções de aplausos e assovios, uma performace de nosso maior músico de todos os tempos, Bis-Netinho de Paula cantando Jesuis( uma versão nova e religiosa para Tanajura ):

" Jesuis, Jesuis Cristu...
Nesse, eu Acreditu ...
Vem cá... E salva a minha alma...
Me arruma um emprego...
Glória glória aleluia!!!!!"


PS: Nada contra Igrejas e religiosos, apenas contra a Hipocrisia , os hipopótamos e os Hipócritas.


16 de abr. de 2008

Morreu

Morreu!
E como não devia de ser?
Viveu como se vive. E morreu como todo ser.

Dotado de limites.
Dotado de tempo.

O relógio do organismo mal-espera por te matar.

E de repente, num cruzamento qualquer de uma rua qualquer. Ou numa sala qualquer de uma casa tão qualquer quanto.
O seu rosto encontra o chão.
E como se tudo que você fez na sua vida não significasse nada...

Adeus, Á Deus...

E tão somente como sempre seremos,
nada quando nascemos,
nada quando morremos.
" Do pó viemos, e ao pó voltaremos".


( Esse texto foi postado no abacaxipatoshow no dia 13/03/2008 )

Feliz Desaniversário


Parabéns
Parabéns
Hoje é o seu dia, que dia mais feliz!
Parabéns
Parabéns

E assim judiava a vida de José...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...

C
om o coro insuportável de criancinhas otimistas...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...

Cantando sem parar ao som da prostituta gostosa que apresenta o programa infantil...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...

E assim judia a vida de José.

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E agora José?
Tá sem emprego, sem mulher, sem casa. ( obs: esse José tinha emprego, eu só quis aproveitar a intertextualidade)

... sem vida

José é um morto-vivo que respira merda.
Come pra trabalhar, trabalha pra comer.
Dorme cedo todo dia, e acorda mais cedo ainda.
Ao chegar do final de semana, a todo segundo de liberdade a música que impregnou em sua mente não o deixa pensar...

Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...

Tum-Tum
Fazem os sapatos no asfalto.
Bi-bi... Os carros no trânsito.
Ping-poing... a chuva na janela.

E tudo aquilo era tudo... aquilo era tudo...aquilo era ridículo.
José estava enlouquecendo
Olhava no espelho e via um maracujá podre do que era há três anos.
Mesmas idéias, é como se o tempo não tivesse de fato passado.
Mas esses anos passaram como dias, e os segundos voltados para si mesmo eram minúsculos.


Ah!
Como eu queria um dia pra mim.
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...


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E ele seguiu até o viaduto do chá...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...
Pediu perdão mentalmente a todos os fiadores de suas dívidas que jamais serão pagas...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...
Subiu no para-peito do viaduto...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...
Abriu as asas...
Parabéns... Hoje é o seu dia que dia mais feliz!...

E voou em direção ao centro da terra.
Mergulhando em asfalto.

E viveu para sempre
Dentro de uma partícula de vidro.


Parabéns
Parabéns
Cante novamente que a gente pede bis

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E assim judiava a vida de José...
Abriu os olhos e ainda estava vivo.
Estava em sua cama.
Acordou cansado, como se nem tivesse dormido.
Penteou o cabelo, e atrasadíssimo para o trabalho, correu para pegar o transporte coletivo.
E assim judiava a vida de José...
Afinal a cada segundo que se passava, a vida roubava um segundo de vida de José.
E quanto mais se aproximava do último suspiro, menos ele queria ser racional ao menos para entender isso.
E nunca mudou de vida, até morrer de câncer aos 74 anos.
E assim judiava a vida de José...


( Esse texto foi postado no abacaxipatoshow no dia 13/03/2008 )

Copo de veneno

Esse copo de veneno
é só um copo de veneno
não é morte nem ferida
não é dor já esquecida...
Esse copo de veneno
um copinho tão pequeno
de vidrinho cristalino
tão completo de veneno.

Esse copo de veneno
Esse copo de veneno
Esse copo de veneno.
É só um copo de veneno...
E não é morte.
E não trás sorte.
Quem quer que o beba morrerá.

Pois o copo de veneno.
É só copo de veneno.
Só do copo de veneno
Não se morre de olhar ou cheirar.
Pois o copo de veneno.
O velho e o pequeno,
velho copo de veneno,
só mata a quem bebê-lo.

Pois o copo de veneno,
é só um copo de veneno,
e não a morte.

( Esse texto foi postado no abacaxipatoshow no dia 18/03/2008 )

Resenha, Meio e Fim

Resenha:

E tudo começou no começo...

Meio:

E depois... começou a terminar

Fim:

E acabou.

( Esse texto foi postado no abacaxipatoshow no dia 24/03/2008 )

Papo de índio

Sentou-se na cabana e pegou o cachimbo, elevou a fumaça, aspirou sonho, e assim sonhou.
Acordou de repente em um quarto estranho.
"Onde estou?" perguntou a si mesmo.
"No inferno" respondeu á sua própria pergunta.

Caminhou com suas vestes, que se já não estivessem num cabide ele nem saberia serem vestes - um sapato apertado e quente e um paletó preto sufocante- não abotoou os botões, pois não sabia que serviam para isso.

Caminhou para algum lugar que não sabia onde era, seguindo as multidões. Entrou na estação de metrô, onde sentiu a necessidade de pegar aquele transporte brutalmente rápido e metálico. Observando as pessoas ao seu redor pagou um bilhete e pôs-se a viajar.

Ao chegar a uma estação, sentiu o desenfreado desejo de descer. E seguindo outros que desciam ali, desceu e lá subiu um lance de escadas. Estava dentro de um shopping. Muito embora um índio não imaginasse o que pode ser um shopping center, andou lá como um exímio empresário. Ao passar em frente a uma loja, o rapaz lhe olhou rabugento e exclamou:
-Tá atrasado porra!
- Perdão senhor.
- Perdão o caralho! Vai trabalhar e pare de perder o meu tempo.

E o rapaz entrou...

Dentro da loja, muitos brinquedos espalhados, mas sentiu que deveria subir um lance de escadas que estava no último corredor com a prateleira 8 (que ele sabia que era a área infanto-juvenil - que continha jogos de tabuleiro - não me pergunte como ). Subiu e lá entrou numa apertada mas bonita sala. Cadeira de couro, mesa preta, computador, papéis e mais papéis sobre a mesa.

Lá ele pegou um telefone, de uma jovem morena nua em seu panfleto. O nome era Clarisse Esperanza. Ligou e chamou-a, ela reconheceu a voz. E já sabia o endereço. Em menos de uma hora a bela prostituta estava em sua sala com uma lingerie preta acariciando seus testículos.
Após a transa ela pediu o dinheiro que na primeira gaveta de sua mesa já estava reservado. E foi-se.

...

Terminado o dia de trabalho. Voltou para casa e deitou-se no sofá. Lá pegou um "baseado" que estava enrolado na mesinha da sala e acendeu-o. Relaxou até apagar.

...


Acordou numa cabana. Conversando com outro índio.
Este lhe dizia:
- Nada que acontece com você depende realmente de você, tudo é influenciado pelo ambiente em que se vive.
Ouviu tudo isso embaçado, e peguntou:
- Quem és?
- Sou aquele que toma as decisões por você. Você é apenas uma máquina no meu domínio. A cabana é a sua mente. E eu sou seu sub-consciente.
- Eu ainda tomo as decisões!
- Eu quero que você me conteste. Me conteste!
- Eu me governo, não sou mero brinquedo seu!
- Me conteste! me conteste!
- Vou acordar agora e me matar!
- Você irá se matar por não se controlar, ou por não tê-la conquistado?
- O que?
- Eu sei o que está pensando agora, não há como fugir de mim, eu te conheço melhor do que você mesmo, e se você quiser nos matar, saiba que isso não tem nada a ver com a sua frustração por ser minha mera máquina, e sim por não tê-la conquistado ao quinto ano do colégio, e que isso me choca também, como alguem como eu pode perder uma donzela daquelas para o resto dos jovens dotados de pênis, por isso não casamos e por isso eu e você somos um frustrado sem vida afetiva, comedor de putas, bem sucedido economicamente, solteirão de merda...

...

E o jovem não acordou.

( Esse texto foi postado no abacaxipatoshow no dia 02/04/2008 )

27 de mar. de 2008

Características de uma caracterização descaracterizada.

- Era o tinhoso! eu juro que vi! Tinha bigode, barba, zóio vremeio quiném uma labareda de fogo, falava grosso, eu juro que o vi!
- Entendemos senhor. Mas a delegacia é para crimes reais. Para caluniar e acusar um cidadão falsamente você deve ir á igreja.
- Eu já fui lá.
- E ai?
- O padre falo pra voceis prendê ele, pra-mode-de-que ele é o Tinhoso, o capeta, o fío-du-lúcifi...
- Senhor. Ele é o demônio ou o filho dele?
- É o demo, o fío-do-lúcifi...
- Senhor, ele é seu próprio pai e seu próprio filho?
- Isso, o tinhoso, o cão.

- E quando o senhor o viu?
- Agora a poco, mas umas meia hora e meia.
- Como é?
- Meia hora e meia.
- E isso são quantos minutos?
- Sei lá. Umas duas vorta do pontêro.
- Duas horas?
- Não umas meia hora e meia.
- Ok. No B.O eu coloco.

" Rapaz afirma ter visto o demônio e seu filho, caminhando livremente a cerca de meia-hora e meia."

-Onde o senhor o viu?
- Nos óio. Eu num vejo com a boca engraçadinho.
- Onde ele tava?
- Os óio? tava perto da minha testa.
- Onde o demônio tava?
- Caminhanu, obiscuramente, numa rua perto da minha casa. Deve ter matado uma galinha preta e invocado o satanás aquele tinhoso.
- Hã? O demonio e seu filho estavam caminhando perto de sua residencia após invocar o satanás?
- É! Isso memo. Cuntinua anotando assim que cê vai virá prefeito da cidade logo, logo. Mas acho que o tinhoso incorporou o satanás.
- Ok. Repetindo.

" Rapaz afirma ter visto o demônio e seu filho incorporando o satanás, caminhando livremente a cerca de meia-hora e meia, próximo á sua residencia."

- Isso! Tudo cértu.
- Ok. Prosseguindo. O que ele estava fazendo?
- Andanu.
- Esse é o crime?
- Isso.
- Andando onde?
- No chão né? Só Jesuis pra andá na água.
- E como você afirma tão veemente que era o demônio e seu filho incorporados pelo satanás?
- Por que tá iscritu.
- Onde?
- Na Blíbia!
- Ah! A bíblia. Sei.
- Vai matá ele?
- Não.
- Vai prender ele?
- Não.
- Vai fazê o que cum ele?
- Benzer.
- Opa! Eu conheço uma benzedera ótima.
- Qual o nome dela?
- Filha de exú.
- Isso tá "iscritu" ?
- Num tá na blíbia não, mas dá certo, uma veiz eu tava cum uma dor nas costa e ela mando tomá um chá de hortelã e rezá 3 ave maria sem falar "bendita suas vozes", e passar umas foia de hortelã no lugar que dói. Em treis meis parô de duer.
- Nossa. Mas na reza não era " bendita sois vós" ?
- Eu rezo como eu aprendi, você já tá curtinu cu a minha cara.
- Nem um pouco. Mas tá "iscritu": " bendita sois vós".
- Benedita não é a minha vó, essas palavra antiga e dificil eu num falo, falo "bendita suas vozes".
- Mas a virgem Maria tá viva?
- Não. Só Jesuis renasceu. Ela foi pro beleléu.
- Morto fala?
- Num.
- Então de que voz você tá falando?
- Eu num to falando nada. É a blíbia!
- E a bíblia é...
- É a palavra de Deus iscrita.
- Ok.
- Ok oque?
- Ok o que o que?
- Vo te acusar pro padre seu iscrivão atrevido!
- Você já viu minha barba?
- Muito das feia por sinar!
- Eu tenho voz fina?
- Num é que é bem das grossa!
- Meus olhos são vermelhos?
- Eita birosca. É você!
" O tinhoso!
O fío-d-lúcifi
O capeta
O cão
Seu fíote de cruiz-credo
Satanáis dos infernos
Seu...Seu...Seu..."

- Se o senhor me agredir verbalmente novamente será preso.
- Hora, me prende, mas oce num vai se alivrá das justiça divirna!
- Senhor. Eu não so o demo, o filho-de-lúcifer... Sou o escrivão Ezequiel.
- Magina seu demonho!! seu Cão!! Seu Imundo!! Par-dí-chifi!!
- Senhor. Sua voz de prisão foi decretada.
- Sinhô é só Deus meu fío... O seu sinhô é das treva...
- Eu to te prendendo!
- Mi prendendo!?!?!?
- Seu fío du lúcifi caluniador. Eu sô hómi di Deus. Cadeia é coisa docê seu Criminoso.

.:.

E a discussão se estendeu por toda a eternidade...

31 de jan. de 2008

Detalhes

Megapixels hidrogenados e microscópicos
Hardware mp3 movido á pilha
A capital é Brasília
"Brasil bom dia"
A capital é Brasília

São notas e moedas e cheques
E cartões de crédito ou débito
"É crédito ou débito?”.

E são milhares de detalhes por segundo
no mundo
E eu não quero perder nada
Só quero ganhar no futuro
E dar presente de natal

Detalhes passam de mãos dadas diante dos meus olhos
Em ciranda
Dançando como criança
Que acredita no amor, coelho da páscoa e papai noel.

Detalhes detalhadamente aos milhares de milhões
Se reproduzirem feitas células
assexuadamente
inconseqüentemente
Como células cancerígenas me destroem
E recomeçam a detalhar
O tormento
De outro ser

E são milhares de detalhes por segundo
No mundo
E eu não quero perder nada
Só quero ganhar no futuro
E dar presente de natal